Tuesday, November 23, 2010

No balanço da noite...

Olhando pra todos os lados há um 'mix' de sorrisos e de olhares dispersos.
Todo mundo cantando sem saber a letra.
Estranhos com objetivos comuns embutidos nos gestos e os individuais ocultos no andar.
Garrafas e goles perto de quadris se entrelaçando conforme a música.
Nem sempre ritmados, mas sempre entusiasmados.
Estranhos compartilhando anseios, desejos e angústias.
Acompanhados ou sozinhos.
Entre amigos ou entre as cadeiras.
Cada qual da sua maneira.
Cada um no seu perímetro delimitado pela timidez ou ultrapassado pela embriaguez.
Esse é o momento de não pensar em nada e ao mesmo tempo refletir o mundo.
Encostar as expectativas no fundo do copo e sonhar com um dia seguinte aliviado, mesmo sabendo que o alívio estará na aspirina da ressaca.

So, let's drink!

d*_*b Listening Doobie Brothers/ Listening To The Music

Monday, August 23, 2010

Gira-mundo do caos.

Ser contraditório nesse mundo multifacetado chega a ser clichê.
Ontem de um jeito. Hoje, outro.
Os sentidos mudam constantemente, o tempo todo, todos sabem.
Não falaram nunca que seria fácil, mas o que dizer de tudo que se vê?

O que os dias dizem?

Impotência diante do caos.
Vontade de abdicar e desistir da crença tola de ser um ser comum.
Aquele que projeta, paga as contas, sonha, paga as contas, segue adiante, paga as contas.
O dinheiro movendo todos os passos, realizando todos os movimentos, confundindo almas, vendendo gente e manipulando conquistas.

Difícil ter que concluir sem, sequer, iniciar.
Enquanto as horas e horas do precioso tempo se divergem em escravidão mental,  esforço corporal e lavagem cerebral.
Oferta de livre arbítrio é utopia.
E o pouco dele parece até inatingível por grande parte da massa.

O cansaço e o sofrimento transparecem, simplesmente, pela expressão estampada nos rostos dos perdidos das ruas por aí.
A nitidez de um excesso sem função.
E da falta na precisão.
E é desse bolo que sai a soma da maioria que resulta na média onde a sobrevivência é a única preocupação.

O gira-mundo frenético em busca dos míseros trocados.
Que mal entram e já saem, sem a sobra pro lazer, sem a fartura no prato, sem o ouvido satisfeito.

O corpo cansado e a alma infeliz.
E a certeza do funeral garantido e do sepultamento gratuito.

Que diacho de vida é isso? Será isso digno se ser designado como opção?

A paciência passa a ser parte do falso discurso moralista.
Principalmente no dicionário daqueles que não sabem o que é isso.
Quem disse que só o sacrifício leva as pessoas para onde elas realmente querem?

Vivenciar a cena em que as vidas estão sendo levadas e aceitar isso, serenamente, seria como presenciar um suicídio coletivo.

Nos dias difíceis, a repetição é um fardo.
Não há nada normal...
A rotina se torna a areia que incomoda os olhos semi-abertos e as colunas esmagadas daqueles que tem como testemunha somente o próprio suor.

Só torcemos para que o próximo dia chegue e as angústias sejam disfarçadas pelos sorrisos tímidos de quem não pode mais chorar e não aguenta mais reclamar.

d*_*b Listening Try / Janis Joplin

Friday, July 23, 2010

Disritmia.

Das adversidades saem as soluções que vão se encaminhando através dos sinais universais e naturais.
Nada se perde entre as buscas incessantes, entre noites pensantes e entre copos de amantes.
Do submundo desconhecido do inconsciente até a realidade estampada nos objetivos, há o tempo em que as ruas 'desbifurcam' resultando numa reta.
A sensação de encontrar o ritmo do passo, mesmo distante do ângulo do quadril, já é quase o desfecho para uma boa dança.
O resto, os 2/3, ficam para as próximas curvas, para as próximas suspiradas profundas e balançadas de cabeça desconfiadas com olhar infinito espalhado pelas janelas por aí.

Quando que o que importa é não se intimidar pelas indagações cotidianas, fazendo delas, aliadas, e seguir desviando das inconvêniências teimosas que cruzam o meio-fio.

Na destreza dos movimentos e no compasso desritmado da música, se perder no meio, não importa.
O importante é se achar no tempo e dançar até as pernas não aguentarem mais.
Afinal, saber dançar perfeitamente, seria muita pretensão.



Listening d*_*b Duke Ellington & John Coltrane / In A Sentimental Mood

Wednesday, May 19, 2010

No currículo da vida...


Ainda que o tempo pareça correr,

E as coisas pareçam se perder e se achar constantemente dentro dele,

Ser feliz ainda é a meta universal pelo curto espaço de tempo permitido.


Antes que o que já não tem sentido, se perca por si só.

Por mais que a sensação perdure, nada se perde no mundo das infinidades de resultados.

Os quesitos a serem preenchidos para o currículo “Vida Feliz” são muito vastos.

O tal do Currículo 'Vitae' (do latim, trajetória de vida).

Coincidência? Ou não. Com certeza, não.


Você tem um curso, mas não tem outro.

Você fala línguas, mas nem todos entendem.

Você tem experiências, mas não consegue comprová-las.

Aquelas experiências boas, aquelas nem tanto.

Mas na certa, você aprendeu com todas elas, mas é o único quem sabe de todas as peripécias.


Você diz uma mentirinha, pra inflar a coisa, e depois até consegue arcar com ela.

Vê que se fizer demais, também pode se prejudicar, pois, elas são necessárias em alguns itens, mas totalmente dispensáveis em outros.

Selecionar a necessidade pra certas atitudes é um dom.


E na maioria das vezes, você tem a melhor coisa pra ser selecionado pra felicidade, que é A VONTADE.

A vontade que te impulsiona.

A vontade que te faz sonhar.

A vontade que te faz agir.

A vontade que te faz buscar.

E ela segue no ritmo do tempo.

O único que pode mostrar onde seu CV vai se encaixar por esse mundo afora.


Agora, pra ele chegar lá, em algum lugar, você precisa enviar.

E de um currículo, você faz um livro escrevendo a sua história.

Já começou?


Listening d*_*b Milton Nascimento / Outro Lugar


Friday, March 05, 2010

Saindo...

Sair pela janela é mais fácil do que escapulir pela porta.
A falta será a mesma, percebida por sua ausência, mas a maneira da saída pode distinguir porque saiu.
Pode definir se vai voltar.
Pode revelar se vai voar.
Cada um escapa pela janela que prefere.
Por aquela que ilude a omissão.
Por aquela que você finge se esconder.
Se sair por aquela qual chama atenção, vai dar oportunidade pras outras saídas serem despercebidas, não doloridas.

Chamar a atenção pode ser sinal de que você quer fugir deixando rastros.
Dali pode ser correndo, pode ser saltando, pode, simplesmente, compassando.
Pode ser silenciosa, pode ser artística, pode ser acrobática ou pode ser mística.

Alguém vai sentir sua ausência.

O pior de tudo é quando olhares pra si e sentir a própria.
Pois na casa há janelas, mas há portas.
E enquanto você sai, muitos entram.

Ninguém pode impedir alguém de escolher por onde quer entrar ou por onde quer sair.
Até porque, todos tem suas próprias casas.

d*_*b Listening Tim Maia / Deixa

Linha bamba

Respirar para inspirar e esperar. Em um suspiro me reviro no tempo. Daquilo que poderia ser, mas sei que não devo. Será que espero? Ou me de...